A Revista Carta Capital, em sua
edição de 12 de fevereiro de 2014, trouxe uma ótima reportagem sobre Impostos.
Trata-se da reportagem de Capa,
cuja ilustração é bem interessante e vem com o seguinte título “A Verdade Sobre
os Impostos: Quem Realmente Paga pelas Distorções do Sistema Tributário. E Quem
Deveria Pagar Mais”.
A repórter Samantha Maia, em
letras garrafais, explica algo que há muito tempo precisa ser corrigido: “Ao
onerar mais o consumo que a renda e a propriedade, o sistema tributário
brasileiro pune os mais pobres e alivia a carga do topo da pirâmide social”.
O primeiro quadro traz dados
importantíssimos. Trazemos aqui o quadro, não tão completo quanto o exposto na
reportagem, mas que demonstra bem o peso do imposto no Brasil
Salário do Trabalhador
|
Porcentagem da Carga Tributária sobre o
Salário
|
O Peso do Imposto
|
724 Reais
|
37%
|
153 dias de trabalho do ano são
destinados ao pagamento do tributo
|
6 mil Reais
|
23%
|
115 dias de trabalho do ano são
destinados ao pagamento do tributo
|
22 mil Reais
|
17%
|
106 dias de trabalho do ano são
destinados ao pagamento do tributo
|
A Diretora da Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas, Maria Helena Zockun, assevera que “quanto menor o
nível de renda de uma família, maior a destinação ao consumo, e maior a
exposição à tributação mais alta. Essa é a origem básica da regressividade”.
Logo após, a Autora do texto explica o que significa essa regressividade: “A
palavra regressividade significa que quem grita menos, a imensa maioria
desinformada, é uma espécie de Atlas mitológico: carrega nas costas um modelo
iníquo e vilipendiado pela sonegação dos espertos e as manobras contábeis
urdidas por advogados bem remunerados”.
A reportagem demonstra que o
Brasil tributa a propriedade de uma forma bem menor do que Reino Unido, França,
Canadá, EUA, Israel e Argentina. Encontra-se em 37º no Ranking.
Sobre os imóveis, a situação
ainda é pior. O Brasil encontra-se em 39º no Ranking, tributando os imóveis
muito menos do que Reino Unido, EUA, Canadá, França, Israel e Rússia.
A alíquota máxima do Imposto de
Renda no Brasil é de 27,5%. Muito abaixo de diversos países, como Alemanha
(45%), Reino Unido (45%), Japão (50%), Israel (52 %), EUA (55,9%), Suécia (57%)
No que tange à Tributação sobre Produtos,
nisso somos “experts”. Tributamos produtos (onerando todos, inclusive os
pobres) muito mais do que Argentina, Itália, França, Chile, Reino Unido,
Venezuela, Alemanha, México e Japão. Trata-se, portanto, de uma verdadeira
vergonha.
Para terem uma noção, vejam
quanto tem de imposto no preço de cada um desses produtos: televisor (45%);
Feijão (17%); Água Mineral (45%); Ar-Condicionado (48%); Conta de luz (48%);
Carne Bovina (24%); Açúcar (31%); Pilhas/Baterias (52%); Sabão em Pó (41%).
Obviamente, com uma tributação
tão injusta, não conseguimos diminuir as diferenças. Veja o quanto o nosso
sistema reduz as desigualdades, comparando-se com outros países:
País
|
Quanto o sistema reduz as diferenças de
renda, em %
|
Brasil
|
3,6
|
Chile
|
4,2
|
Colômbia
|
7
|
União Europeia (15 países)
|
32,6
|
Reino Unido
|
34,6
|
Finlândia
|
34,7
|
Alemanha
|
34,9
|
Suécia
|
35,6
|
Dinamarca
|
40,8
|
Luxemburgo
|
41,5
|
Portanto, para se tornar um país
mais justo, o Brasil deveria cobrar de quem pode custear. Certamente, as elites
jamais se preocuparão com isso, o grito deve vir dos excluídos.
Prezados, enquanto a nação brasileira não se portar como uma Nação o Brasil não conseguirá dar os passos necessários para a diminuição das disparidades sociais e muito menos seguir verdadeiramente rumo ao desenvolvimento.
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